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quarta-feira, 2 de março de 2011

O Potencial das HQs em sala de aula


Planejar uma aula de física em uma sociedade moderna irrigada por constantes avanços tecnológicos e inúmeras fontes de conhecimento, como a internet, a televisão, o cinema, os outdoors, as mídias impressas, etc; é uma tarefa que instiga a maioria dos professores a pensar na praticidade, na atratividade e na eficácia dessa aula. Nesse sentido em nossa sociedade observa-se, cada vez mais, a valorização do audiovisual, cujos recursos se multiplicam a cada dia.
Somos constantemente bombardeados com imagens das mais diversas fontes, e, ao pensar no ensino, não podemos desprezar esta influência no cotidiano do aluno. A teoria histórico-cultural de Vygotsky enfatiza que o desenvolvimento cognitivo do indivíduo (pensamento, linguagem, comportamento, memória) tem origem em processos sociais, ou seja, as relações sociais se convertem em funções psicológicas através da mediação (VYGOTSKY, 2001).
Acreditamos que as Histórias em Quadrinhos (HQs) e Tirinhas como recurso pedagógico, podem ser importantes no processo de ensino e aprendizagem, pois em pesquisa anterior, realizada com os alunos, notamos que estes realmente conseguem abstrair conceitos físicos das HQs e Tirinhas. Através desta pesquisa ficaram evidentes vários elementos favoráveis da utilização das Histórias em Quadrinhos e Tirinhas no ensino de Física. Sua forma de construção traz elementos lúdicos e uma linguagem cognitiva, que associa imagem e texto, apresentando-se de uma forma familiar ao aluno, acostumado às informações audiovisuais.
Ainda nesta pesquisa, vimos que as HQs e Tirinhas, devido aos contextos que trazem em seu enredo, resgatam os conhecimentos cotidianos do aprendiz, que Vygotsky chamou de conceitos espontâneos. Os conceitos cotidianos são aqueles que o estudante adquire no meio em que vive, a partir de interações entre a família, grupos de amigos, enfim em seu meio social. Ou seja, são conceitos construídos com base na observação, manipulação e vivência direta dos sujeitos e compreendidos como uma construção social, mediada pela interação com o outro (REGO, 1995; MALDANER e ZANON, 2001).
Pela sua forma de estrutura, unindo imagem ao texto, percebemos que as HQs resgataram e desenvolveram os conceitos cotidianos trazidos à tona em seu contexto, pois as Tirinhas utilizadas foram previamente elaboradas repletas de conceitos científicos. Percebemos que os conceitos cotidianos passaram de elementares a complexos e os conceitos científicos fizeram o caminho contrário, pois o aluno percebia, primeiramente, o conceito científico, ou o conteúdo, inserido na tirinha e, no decorrer do contexto, percebia sua “utilização” em situações cotidianas contextualizadas. De acordo com Vygotsky
[...] o conceito espontâneo da criança se desenvolve de baixo para cima, das propriedades mais elementares e inferiores a superiores, ao passo que os conceitos científicos se desenvolvem de cima para baixo, das propriedades mais complexas e superiores para as mais elementares e inferiores (2001, p.348).

Este movimento dos conceitos permite que eles evoluam em significado. Para Maldaner (2000, p.149),
[...] os conceitos científicos se enriquecem de vivência e concretude indo ao encontro dos conceitos cotidianos, e estes se organizam, adquirindo novos significados, mais generalizantes e menos “pregados” na vivência. [...] este processo somente é possível com a mediação dos instrumentos próprios da escola.

Na referida pesquisa, ficou claro o quanto esse material pedagógico (as Hqs e Tirinhas) tem utilização e função no processo da aprendizagem.

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